7 de abril de 2018

Costa Vicentina 2018 #2

Na Quinta fiz o meu exame, e só vos digo isto: a semana da Páscoa pode ter-me deixado com mais um quilo no lombo (já estou a tratar do assunto!), mas Quinta tirou-me vinte quilos de cima.

Talvez pareça parvo como é que alguém que já fez dezenas de exames, escreveu um livro, teve um filho e ultrapassou situações bem difíceis na vida se borra tanto com um exame. A verdade é que o exame do ano passado - e o seu resultado desastroso - marcaram muito o meu último ano. Chorei durante meses, pensei todos os dias que queria desistir da especialidade, senti-me uma merda, achei que não era forte o suficiente, tive muitas dificuldades em ter motivação para me levantar da cama na esmagadora maioria dos dias (e não sei se o faria se não tivesse um despertador muito especial que chama pela mamã), queixei-me muito, zanguei-me ainda mais. Zanguei-me com os outros, mas acima de tudo zanguei-me comigo.

Foi um dos anos mais difíceis da minha vida. Mas passou. Pensei muito, revi as minhas expectativas, mantive as minhas prioridades. Passei a sentir uma serenidade que sei que surgiu à custa do amadurecimento, perdi certamente outras coisas como em todas as etapas importantes da vida.

Quando o meu exame foi adiado fiquei seriamente aborrecida, mas para vos ser muito sincera nas últimas três semanas senti uma tranquilidade que não sentia há meses. Eu sei o que fiz ao longo dos últimos anos, sei o quanto aprendi e, acima de tudo, sei o que valho, independentemente do que uma nota me pudesse dizer.

O exame foi na Quinta e correu muito bem. E desde então ando numa espécie de nuvenzinha, quase alheia ao que me rodeia. Feliz. Despreocupada. Vinte quilos metafóricos mais leve.

Pronta para as próximas férias :D




Decidimos parar em Vila do Bispo para almoçar. A nossa ideia original era tentar almoçar n'A Tasca do Careca (falaram-nos bem do restaurante), mas estava fechado (era Domingo) e por isso ficámos pelo Café Correia, um restaurante familiar do qual também nos tinham falado muito bem. O Pedro comeu bochechas de porco preto estufadas e parece que estavam deliciosas :)
Eu pedi lulas à algarvia, claro! :D Mais uma vez havia zero opções vegetarianas, mas mesmo que houvesse não sei se não comeria as lulas na mesma :D
E para sobremesa a torta de amêndoa com doce de ovos que estava divinal :D
E arrancámos a rebolar para Sagres :D Na foto, o Cabo de São Vicente!

No Cabo :)


A Fortaleza do Beliche à esquerda :)

A Fortaleza de Sagres! :D
A nossa vinda a Sagres tem uma história gira. Durante anos os meus pais tiveram na sala uma foto onde a minha mãe, eu e o meu irmão estamos sentados em fila em cima de um canhão, muito felizes e sorridentes. Lembro-me perfeitamente do dia em que aquela foto foi tirada. Lembro-me de estar incrivelmente feliz por estar a passear, lembro-me que o meu vestido picava um bocadinho, lembro-me que os meus pais me contaram algumas histórias dos Descobrimentos, lembro-me que demorei alguns segundos a decidir que pose fazer para a foto (fiz uma pistolinha com os dedos) (tinha uns dez anos, tenho desculpa). Era capaz de jurar pela minha vida que a foto era em Sagres, e por isso andei a buzinar nos ouvidos no Pedro que queria voltar a Sagres para tirar aquela foto novamente. Quando chegámos finalmente... O sítio não me dizia rigorosamente nada. Percorremos a Fortaleza TODA à procura 'DO' canhão, onde eu esperava ouvir um qualquer sinal (tipo vozes de anjinhos a dizer * ooooooooooh * e uma luz a incidir sobre o canhão, sei lá), e nada aconteceu.

Tirei a foto na mesma e ao fim da tarde perguntei aos meus pais onde era o tal canhão de Sagres que eu recordava com tanta ternura. Pois, parece que é em Sesimbra. Em Sesimbra. O sítio onde já fui umas quatro vezes nos últimos três anos. A sério. Bem, pelo menos tenho mais uma desculpa para voltar a Sesimbra (como se precisasse!) :D
Vista da Fortaleza de Sagres :)




O nosso programa era só ir até Sagres, mas ainda era relativamente cedo e apeteceu-nos continuar e fazer uma parte da Costa do Algarve. Ora, durante ANOS eu tive uma contra-atitude em relação ao Algarve (semelhante à que tenho com o Sudeste Asiático ou com a Croácia), nem sei bem porquê. Cheguei a ir uma ou duas vezes para Armação de Pêra quando era criança, mas desde os doze anos que não ia ao Algarve (tirando uma visita rápida já na faculdade para assistir a um concerto dos Linkin Park) e para vos ser muito sincera também não tinha grande vontade. Achava que era um sítio caro, sobrevalorizado, cheio de gente e, acima de tudo, cheio de gente doida (apanhamos cada coisa na urgência!). Pois tenho a dizer que engoli to-das-e-quais-quer palavras que já disse em relação ao Algarve, porque amei de paixão a curta amostra que tivemos e fiquei cheia de vontade de a) continuar b) voltar c) viver lá para sempre!
Na Ponta da Piedade :)

A Praia do Camilo, lindíssima!

Na Praia Dona Ana!

Já de volta para um banhinho rápido antes do jantar, que foi na Zambujeira do Mar!
E pronto :D